DA ORLA AOS BRAÇOS DO PAI
“... E rogavam-lhe
que os deixasse tocar ao menos na orla do seu vestido.”
Mc. 6:56
Se
observarmos a posição em que se encontra a orla do vestido, entendemos que o
primeiro passo para se obter a cura do Senhor é a necessidade de nos colocarmos
de joelhos, nos encurvarmos. Impossível ter acesso à orla na posição em pé.
É
necessário que nos humilhemos, que a nossa cerviz se curve diante da gloriosa
presença do Senhor.
Cometemos
um grande erro quando almejamos alcançar o lugar mais alto: os braços do Pai,
sem antes passar pela orla, o lugar mais baixo, que nos faz assumir a posição
de servo, o menor, seguindo o exemplo de João que declara: Importa que ele cresça e que eu
diminua (Jo. 3:30). Sem
dúvida, é maravilhoso experimentar o conforto dos braços do Pai, lugar onde nos
faz fores para vencer as batalhas. Mas a iniciativa de desejar ardentemente
tocar a orla é que faz a diferença, pois para ter acesso à mesma precisamos
exercitar a nossa fé; esta, nos conduz
ao lugar de paz e descanso.
Que o
nosso desejo seja tão somente, tocar ao menos na orla, assim como rogavam
aqueles enfermos, em especial, a mulher do fluxo de sangue (Lc 8: 43-46) que
nos traz duas grandes lições:
1. Para se chegar à orla é preciso
vencer barreiras: essa mulher precisou romper uma grande multidão que a impedia
de aproximar-se do mestre, e ainda, a barreira do preconceito, já que ela era
considerada imunda, segundo a tradição judaica. "Mas a mulher, quando tiver
fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua
separação, e qualquer que a tocar, será imundo até à tarde." Levítico 15:19
2. Para que o nosso culto seja agradável ao Senhor precisamos tocá-lo como
aquela mulher, que em meio a uma
multidão foi percebida pelo Senhor Jesus, ao contrário daquela multidão que
também queria tocar no Senhor e não tocar o Senhor. Esse toque só é possível pela fé. Se assim não
for, seremos mais um na multidão.